domingo, novembro 25, 2007

A máquina feroz que é o tempo



As pessoas passam cada vez mais depressa por nós e nem ao menos vimos seus rostos. O mundo corre tão veloz que muitos de nós são atropelados, não conseguem acompanhar o ritmo cada vez mais intenso, ou talvez tentam resistir a ele antes sucumbir a essa loucura toda que se tornou a vida. Vida que passa pelos olhos, que se mostra a um palmo do nariz e ao alcance das mãos que, sem forças a deixa escorrer por entre os dedos.
Deixamos para trás coisas simples que antes nos faziam intensamente felizes, oferecemos à força o seu lugar ao tecnicismo dos sistemas, que em toda parte está. Tudo previamente estipulado e como diria o Chapolin: "Friamente calculado".
Pergunto caro amigo: - Tudo isto para quê? Para se tornar um velho triste e sem histórias para contar aos seus netos? Que fez ele da vida a não ser apenas mais um a passar por ela?
Deve parecer loucura, mas é nisso que penso sempre que consigo parar um pouco em meio a correria em que vivo. Agora mesmo não deveria nem estar postando essa reflexão nesse Blog que deveria ser um refúgio para os pensamentos tortos e que, no entanto não passou de mais um dos meus projetos frustrados pelo tempo, este que nunca foi dos meus amigos mais íntimos. Há uma pilha de processos que aguardam um parecer não-técnico dessa pobre estudante de sei lá o quê. Espero um dia ainda poder fazer o que realmente me faz feliz, não que as leis não sejam interessantes... até são. Mas falta a paixão que me abala os sentidos, aquela que sinto ao pronunciar a palavra LITERATURA. Paixão que me impulsiona e que me faz sobreviver em um mundo paralelo ao que vivemos. É o tal universo particular que tanto ouvimos falar, o meu é aqui, o chamo de Universo das Letras (e não das leis, este faz parte do meu outro universo).
Bravamente resisto, refugiada atrás das palavras.